“Defensor de Moura, anterior edil de Viana do Castelo, deputado socialista, avança com candidatura a Belém para evitar vitória de Cavaco Silva…” jornal Público, 17.Julho.2010.
Jorge Sampaio, esposa e Rui Pedro, Pico - 1995
Ora caros leitores, diz a nossa Constituição da Republica que para ser candidato a P. R. é necessário reunir algumas condições, como as que estão plasmadas no Título II, Capítulo I, Art.º 120 e seguintes: “O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas; é eleito por sufrágio universal, directo e secreto dos cidadãos portugueses eleitores recenseados no território nacional, bem como dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro (…); são elegíveis os cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos; não é admitida a reeleição para um terceiro mandato consecutivo; as candidaturas para Presidente da República são propostas por um mínimo de 7500 e um máximo de 15000 cidadãos eleitores.”
Então desmistifiquemos o cargo presidencial:
- Não é necessário, por exemplo, ter carta de condução, o que julgo que Manuel Alegre, candidato apoiado pelo P. S., ou também Joaquim Letria, que foi assessor político do P. R. – Ramalho Eanes, também não têm;
- Não é exigível qualquer licenciatura, ou doutoramento, o que aliás também não condicionou que Luís Inácio Lula da Silva, tivesse sido eleito duas vezes Presidente do nosso país-irmão – o Brasil;
- É necessário, imperioso e urgente, sim, manter uma relação de proximidade dinâmica e digna com qualquer camada social do Povo Português; e,
- Prosseguir numa linha coerente de opções politicamente correctas a nível internacional:
a) sendo europeísta convicto;
b) conhecendo a nossa diáspora e os nossos imigrantes (Bermudas, Canadá, América do Norte, França, Luxemburgo, Brasil, Venezuela, Argentina, Uruguai, Africa do Sul, Goa-India e Angola, Moçambique, S. Tomé, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moldávia, Ucrânia…);
c) conhecendo a nossa lusitanidade complementar à anterior (Macau e Timor);
d) conhecendo minimamente as relações intrínsecas com os nossos parceiros internacionais (Acordo das Lajes – cooperação com os EUA e FLAD);
e) mantendo laços minimamente afectivos com a maioria destas comunidades, ou tão-somente enfatizando um natural relacionamento humano com elas…
Só isso? Dirão os leitores…
Pergunto eu: tudo isso? Sim, respondo eu, porque o resto será ditado pelas acessorias invisíveis (quase inevitáveis, serão mesmo?) dos Limas, Bettencourts, Barrosos, Ferreiras, Fernandes, Vieiras, Granadas ou Portos, consoante os gostos, “apetências” ou competências para esses dignos apêndices e porta-vozearias.
Mas presidente, como foi Jorge Sampaio, que teve a coragem de demitir o então primeiro-ministro Santana Lopes (um dos não eleitos desde o 25 de Abril), esses são de outro quilate político…
Bagão Félix não quer ser candidato da direita portuguesa… por opção;
Defensor de Moura quer ser candidato da esquerda moderada;
Mas, caros leitores, qualquer cidadão português, como eu, ou um de vós, que estamos dentro dos pressupostos acima enunciados: sermos cidadãos eleitores elegíveis, portugueses de origem, maiores de 35 anos e reunirmos candidaturas para Presidente da República propostas por um mínimo de 7500 eleitores, que conhecemos as nossas comunidades locais ou essas outras de San Diego, San José, Artesia, Sacramento ou Hanford (Califórnia), Hamilton (Bermudas), Gloucester, e Boston (costa leste EUA) Toronto, Oakville, ou Cambridge (Canadá) e mantemos contactos com os nossos emigrados de Florianópolis ou Portalegre (Brasil), amigos de Betancuria, Arrecife ou Santa Cruz de Tenerife (Canárias), de Santa Cruz da Graciosa ou de Santa Cruz das Flores, passando pelos outros que também teremos em Vila Pouca de Aguiar, Baião, Figueira da Foz, Oliveira de Frades, Barreiro, Mafra, Santiago do Cacém, Sines, Santo André, Alvalade do Sado, Aljustrel, Moita, Baixa da Banheira, Olhão, Vila Real de Santo António, Lagos, Pedrógão Pequeno, Sertã, Proença-a-Nova, Fátima ou Oleiros … também o deveríamos assumir, para desmistificar outros jogos e interesses escondidos…
Só nos é exigível uma enormíssima vontade de ajudar e de entender o nosso povo, o que muitos de nós já temos e vimos aplicando há muito, mas… talvez no fim, faltar-nos-ia o tal “aparelho”…
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